No início da década de 1960 (62/63) eu atendia e prestava assistência técnica para agricultores de vários municípios como Taguaí, Itaí, Coronel Macedo, Paranapanema, etc. As vezes
três ou quatro vezes por semana, inclusive prestando serviços de inspeção
e avaliação e projeto para o Banespa S.A., banco financiador da
agropecuária de São Paulo na época.
A respeito desta época, o engenheiro agrônomo Osvaldo Castelucci lembrou que após chegar à cidade por estrada de terra, e que na
época das chuvas tornavam-se intransitáveis, atendia aos agricultores, e também
atendia o município de Fartura, distante 35 km. de distância, percorrida com
uma perua Kombi, do Plano de Ação de Carvalho Pinto. Fazia também a previsão
de safras do Instituto de Economia Agrícola, e ao fazer a primeira, notou que
as estimativas de produção e produtividade estavam superestimadas e rebaixou as
produções de milho e feijão, principais culturas da época, para a metade do estimado pelo engenheiro agrônomo
anterior.
As estimativas
seguiram para o I.E.Agrícola, e logo ele recebeu um pedido de explicação do
Delegado Agrícola - eng. agro. Charles Michel Hawthorne - e do supervisor
agrícola - eng. agro. Bastilio Ovidio Tardivo, de Avaré -para confirmar a
estimativa anterior ou retificá-la. Ele não ratificou e voltou a colocar os
dados sem revisão, segundo seu
conhecimento da realidade da zona rural de Fartura.
O diretor do DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO VEGETAL , eng. agro.
Homem de Mello, chamou-o à São Paulo, pedindo explicações e disse que o engo.Castelucci
sabia do prestígio, do eng. agrônomo, anterior e pediu ao mesmo para reestimar
e retificar a produtividade da
produtividade anotada anteriormente, pelo regional anterior.
Castelucci disse-lhe: “A minha
estimativa eu assino, a anterior eu não assino.” E para confirmar o
que falava e estimava, contou que o agricultor de lá vivia em casa de pau a pique, coberta com sapé, sem água encanada, bebendo em água de mina, passando café duas a três vezes
no mesmo coador, com o mesmo pó”, perguntou” ao Diretor: Com esta produção e produtividade do
agrônomo anterior o agricultor moraria em casa de sapé, sem carro, sem luz e
força, e sem condução para vir à cidade, usando somente carroções, tipo
colonial !!! , deixando o Diretor o PDV (Departamento de Produção Vegetal) Homem de Mello espantado.
Homem de Mello então concordou e a
estimativa do regional Osvaldo Castelucci foi considerada válida,
provando que quem tem "o pé no chão” tem poucas chances de
errar!!.