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| Grupo Ioshida - Colheita de feijão - safra secas, Bairro do Barreiro, 1997/98. |
Muitas são as memórias que serão aqui relatadas. A maioria delas têm relação com minha atuação como engenheiro agrônomo em Taquarituba, município do interior do Estado de São Paulo, num período de 35 anos. Embora a agricultura seja o foco principal do blog, procuro inserir também informações históricas, sociais e econômicas a respeito deste município.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
sábado, 1 de dezembro de 2012
Confraternização
Curso de produção de lácteos - Taquarituba, SP
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Experimentos regionais de feijoeiro. O começo
A grande questão que
todo engenheiro agrônomo defrontava-se ao prestar assistência técnica pública
na década de 1960 era a falta de experimentos. Muitos dos cultivares ou
variedades de feijoeiro eram testadas na sede do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e
suas estações experimentais que se localizavam em Piracicaba, Tietê,
Pariquera-açu, etc.
O fato dos testes serem
realizados nas estações experimentais em condições favoráveis havia
desconfiança por parte dos técnicos e agricultores assistidos pelos técnicos da
extensão rural .
Os pequenos agricultores
na região de Taquarituba a cultura do feijão das águas era subsidiária da
cultura do milho, pois o preço do milho estava baixo. Desta forma, eles
cultivavam o feijão intercalar a cultura do milho. Após janeiro o agricultor
capinava o milho com planêt tracionada a animal e plantava o feijão das
águas com plantadeira manual ou tracionada a animal.
Numa noite de verão de 1966, estávamos na casa de Antonio Fedato e fomos
convidados, eu e minha esposa, por ele para irmos até a casa do Nelson Pavan.
Lá estavam os pesquisadores de leguminosas (do feijoeiro de mesa) do Instituto
Agronômico de Campinas: A. Sidney Pompeu e Eduardo Bulisani.
Assim, acertamos com os
pesquisadores a realização do primeiro Experimento Regional do Feijoeiro das
águas que foi implantado, na primeira quinzena de setembro de 1966, na Fazenda
Santa Margarida do Fedato-Riguetto, no bairro do Porto. Além desses
pesquisadores, participou do planejamento o Chefe da Seção das Leguminosas: Dr.
Shiro Myasaka .
A Casa da Lavoura foi
então responsável pelo experimento, instalação, gerenciamento e colheita das
parcelas deste experimento. A seção de leguminosas do IAC de Campinas foi
responsável pelo fornecimento do material (sementes) e autos de campo (croquis:
técnicas de plantio, condução e colheita) para a instalação. Este experimento contou com
ao apoio do engenheiro agrônomo Charles Michell Hawthorne, Delegado Agrícola de
Avaré e Ovídio B. Tardivo, Chefe de Extensão de Avaré.
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| Plantio do 1o. experimento de ensaio regional do feijoeiro, 1966 |
Descrição do Experimento
Bairro do Porto -
Taquarituba, Estado de São Paulo.
Solo: Terra Roxa
estruturada.
Cultivares-20 cultivares
da seção de feijão das águas do IAC.
Época: plantio em setembro e colheita em dezembro de 1966 e janeiro de 1967
Cultivares: da Seção de Leguminosas (cultivares e híbridos) da época (não havia ainda o Carioca!)
Cultivares: da Seção de Leguminosas (cultivares e híbridos) da época (não havia ainda o Carioca!)
Instalado o experimento
na primeira quinzena de setembro de 1966 (ver foto com máquina roleyflex de
dr.Nelson Pavan), com o auxílio nosso e de parentes do Antonio Fedatto,
coproprietário. Após a colheita individual dos "canteiros" de
5(cinco) metros com quatro repetições feita por nós e empregados da fazenda
foram ensacados os produto dos "canteiros" e remetidos ao IAC.
Foi o primeiro
Experimento Cooperativo da Cultura do Feijoeiro com agricultores de São Paulo
realizado fora das estações experimentais. Um marco da Agricultura Paulista.
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Dia de campo (safra 1983-1984)
Registros imagéticos diversos
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| Agricultores do bairro da Estiva avaliam o ataque da lagarta da maça na cultura do algodão. Década de 1970 |
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Da esquerda para a direita, o sobrinho de Antonio Fedato acompanha um colaborador plantando feijão do Experimento Regional de Cultivares do Feijoeiro CATI(Chefia Avaré) Casa de Agricultura de Taquarituba,S.P, em setembro de 1966.
Este foi o primeiro experimento da cultura de feijoeiro que integrou a Pesquisa e a Extensão rural. Isto foi possível devido ao empenho dos engenheiros agrônomos Antonio Sidney Pompeu e Eduardo Bulisani para desenvolver a pesquisa na Fazenda Margarida Maria de Antonio Fedatto e Valentim Luis Righetto. Assessorei e participei como engenheiro agrônomo da Casa da Agricultura de Taquarituba. Na época era chefe da Extensão Rural da Casa de Agricultura e Avaré o engenheiro agrônomo Bastilio Ovidio B. Tardivo. Leia mais em: http://fiosdamemoria.blogspot.com.br/2012/10/experimentos-regionais-de-feijoeiro-o.html
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Ciro Albuquerque entrega o prêmio a Jordão de Oliveira, o campeão do concurso "O melhor produtor de Milho de Taquarituba!"
Ciro Albuquerque, engenheiro agrônomo que era presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, em 15 de agosto de 1967 entregou como prêmio a "Espiga de Ouro" ao vencedor do concurso "O melhor produtor de milho de Taquarituba". No segundo plano, está Henrique Latanzio e ao seu lado o produtor agrícola Toshime Aoki, da Barra Grande. À direita, o pequeno produtor José Fernandes de Souza e em segundo plano o filho do Henrique Latanzio.
O vencedor do Concurso - Jordão de Oliveira - era do
bairro dos Campos de Taquarituba e foi por três vezes
campeão. Uma vez foi recordista estadual com a marca de 10.053,60 kg
por hectare(1967/68) e ficou com a taça a Espiga de Ouro, além da Deusa Ceres
doada pelo Bradesco s.a. aos campeões de produtividade de Milho.
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sexta-feira, 25 de maio de 2012
Cultura de batata da Fazenda Trigo
| Fig. 1 e 2 |
| Fig.3 |
| Figura 4 |
| Fig.5 |
| Fig.6 |
Heitor Ariquita cedeu as imagens acima para postarmos no blog. Todas elas foram capturadas na Fazenda Trigo de propriedade ao Grupo Ioshumaro Ioshida e datam de 2010 e 2011 conforme registro.
Figura 1 e 2- Esteira para limpeza, classificação mecânica e seleção manual de batatas inglesas da Fazenda Trigo localizada em Taquarituba, SP.
Figura 3, 4 e 6 - Vista da cultura de batata na Fazenda Trigo, em solo latossolo.
Figura 5 - Irrigação por pivô central da cultura de batata da Fazenda Trigo, safra da secas.
segunda-feira, 30 de abril de 2012
Agropecuária Harada
O nissei Kunio Harada foi um produtor
rural e morador do bairro Barra Grande de Coronél Macedo (SP). No
final da década setenta instalou uma revendedora de produtos agropecuários na rua Ataliba Leonel, quase
de frente com o Centro Recreativo Taquaritubense: Agropecuária Harada.
A firma
foi muito bem e devido ao tipo de venda e ao conhecimento do Kunio. Ele contava com um técnico agrícola, quatro vendedores e após um ano de atividades montou uma
revendedora em Coronel Macedo e outra em Itaberá. No segundo ano
tinha representações em Taguaí e Fartura. Ampliou, portanto, enormemente seus negócios.
Durante três anos vendeu adubos, calcário, inseticidas, fungicidas e herbicidas
para produtores rurais da região de Taquarituba. Instalou também uma revenda em Capão Bonito
e contratou dois técnicos agropecuários.
A firma foi
desativada após cinco anos de existência.
sábado, 14 de abril de 2012
Plantação de algodão
terça-feira, 27 de março de 2012
Casa de sapê - década de 1970
Cultura do algodão
Indivisas
| Indivisas, 1974 |
Todo domingo a prainha, que tornou-se pública, reunia muitos frequentadores da região a procura de sol e areia e que faziam lá seus piqueniques.
Colheita de soja - década de 1970
| Reprodução de slide. Augusti, década de 1970 |
Colheita de soja - cultivar Santa Rosa - na Fazenda Serrinha de Renato
Angeli, bairro Serrinha,Itaberá, safra 1974/5. Em cima da sacaria está o produtor Michio Aoki,
arrendatário. Atrás notamos que há uma colheitadeira John
Deere, depositando a soja a granel no caminhão para ser transportada para a indústria.
Colheita de soja
sexta-feira, 23 de março de 2012
Aplicação de herbicida burromecanizada
Casa de pau- a -pique
| Casa de pau a pique da zona rural de Taquarituba, década de 1960 |
O número de casas de pau-a-pique na zona rural era de um terço, mais um terço de casas de tábuas.
Colheita de cáqui - década de 1960
Preparação do futuro lago "Nicanor Camargo"
Vista do Córrego Lajeado, Taquarituba, SP
Vista da Avenida Mário Covas, Taquarituba
Assessoria Técnica da-agrícola Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo
De 1966 até 2001, nos anos que trabalhei
na Casa de Agricultura de Taquarituba, precisei contar com a assessoria de
especialistas do Departamento de Orientação Técnica da Secretaria de
Agricultura de Campinas. Esses especialistas contribuíam com a assistência
técnica participando, sempre que eram solicitados, das reuniões, encontros,
cursos para agricultores.
Entre esses especialistas estavam:
- Jurandir de Andrade Fratini da seção de Cereais de inverno e girassol;
- José Ayres Pacheco e José Francisco Andrade, especialistas
em milho;
- Sebastião Godoy Passos e Duval da Silva Costa, especialistas em
algodão;
- Dr. José Gomes da Silva, Ana Katlinova, Paulo de Araujo Cidade,
especialistas em sociologia e juventude rural;
- Tonan Kudo, especialista em olericultura.
Essa assessoria técnica especializada foi muito
importante para o desenvolvimento do meu trabalho como engenheiro agrônomo
regional, pois eram trazidas novidades e técnicas novas para o aumento da
produtividade da economia regional.
segunda-feira, 5 de março de 2012
Documento para registro de pagamento do Albergue Noturno de Taquarituba
O
Albergue Noturno de Taquarituba atendia os viajantes e cidadãos que
não tinham residência fixa. Fornecia pouso por um dia ou mais, com café da
manhã e eventuamente refeições e café noturno. O funcionamento era
baseado nas normas internacionais dos albergues da juventude. Para
mantê-lo a comunidade era convocada a conribuir mensalmente, o que
faziam com prazer, devido ao bom gerenciamento do mesmo. Muitos
comerciantes contribuiam com alimentos e verbas.
O Albergue também era mantido em conjunto com os mantenedores da Casa do Espírita.
Observações de um engenheiro agronômo regional
1-Os estágios
estudantis em agronomia realmente mudam a maneira de pensar dos estudantes de
agronomia e os fazem seguir carreiras diversas na área de agronomia daquelas
que planejavam ao entrar nas escolas de agronomia.
2- O planejamento do trabalho técnico dos engenheiros agrônomos e médicos veterinários, anual ou plurianual, mostram que os Secretários de Agricultura e seus assessores não davam continuidade ao planejamento efetuado "na linha de frente" de atendimento do agricultor, pois tinham que atender ao planejamento das pastas da Agricultura, estadual ou nacional.
3-Os problemas sanitários animais ou vegetais que apareciam foram sempre atendidos pelos técnicos, engenheiros agrônomos ou médicos veterinários e seus auxiliares em detrimento do seu planejamento de trabalho, atrapalhando o planejamento dos mesmos, mesmo existindo um órgão de atendimento técnico dos problemas (tais como a ferrugem do café, a peste suína africana, a brucelose, a cigarra do café, etc,) como o Instituto Agronômico e o Instituto Biológico.
4- Havia sempre uma defasagem para menos entre o que alguns agricultores praticavam e as técnicas preconizadas pela extensão-pesquisa "criadas" por técnicas dos institutos de pesquisa.
5-Alguns problemas sanitários como o bicudo do algodoeiro, na década de oitenta, foram atendidos de maneira precária e com açodamento devido a falta de estudos da biologia e da velocidade de dispersão da praga, bem como dos prejuízos que seriam ocasionados pela mesma nos algodoais do Estado. Os danos foram alardeados, o perigo da praga foi supervalorizado e a cultura acabou em vários municípios. A cultura do algodão poderia ter durado mais tempo, com todas as vantagens econômicas que ela traz, se a praga fosse divulgada com mais parcimônia.
6- Doenças e pragas de culturas e de animais são tratadas como se só o Estado de São Paulo tivesse só um sistema de tratamento, método sanitário, independente da pesquisa de outros estados do Brasil.
7-Tentativas de implantação de planejamento e controle dos programas de trabalhos computadorizados no fim da década de setenta pela Secretaria da Agricultura de São Paulo, como exemplo; o Planejamento e Controle de trabalho da Dira (Diretoria Regional Agrícola) de Sorocaba, a partir do ano de 1977, que funcionava muito bem apesar dos computadores de baixa capacidade, sem interligação com outros órgãos da Coordenadoria da Assistência Técnica Integral e só não continuaram devido a política e interesses outros da Secretária da Agricultura.
Conclusão: devido a estes problemas e outros não identificados a assistência técnica e a agricultura dependem e são levados pela opinião pública e dos órgãos de divulgação pública.
Texto publicado em Vivências na Noiva da Colina
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Taquarituba de outrora
Vejam a página de fotagrafias de Taquarituba em:
https://www.facebook.com/pages/Taquarituba-de-outrora/258948687507096
https://www.facebook.com/pages/Taquarituba-de-outrora/258948687507096
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Dia da Pátria (1978)
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Cartaz do 6o. Encontro de Produtores de Feijão do Sudoeste Paulista - 1996 e Informativo sobre o encontro
sábado, 28 de janeiro de 2012
Observações técnicas de um agronômo aposentado, mas não parado!
Estas observações técnicas e sua análise provaram a máxima do colega Olavo da Casa de Agricultura, que na década de sesseta atuava em Iguape: a teoria na prática é outra!!!complementada pela pergunta aos especialistas: qual é o macete???, querendo saber mais além da teoria.
Durante o exercício profissional na região de Taquarituba, S.P. e seus arredores observamos alguns fatos técnicos e que não foram relatados por alguns profissionais ou que não se encontrava na literatura técnica da época:
1º Fato 1: Dizia-se que a calagem excessiva e realizada numa só vez seria prejudicial ao solo.
Notamos que com a aplicação de uma dosagem elevada e altíssima de calagem em solo argiloso de alta acidez para cultivar algodão, com pequena incorporação do solo, no ano do plantio apresentou sintomas de toxidade de cálcio e magnésio e algumas vezes de alumínio e no segundo ano em diante as produções do algodoeiro, feijoeiro e milho aumentaram gradativamente até uma produção máxima para aquele tipo de solo.
2o- Na cultura de feijoeiro (cv. Carioca e seus híbridos) a calagem de altas doses efetuadas em solo argiloso de alta acidez e com alumínio (comum nos solos latossois) no primeiro plantio efetuado apresentou sintoma de toxidade e no mesmo ano agrícola houve correção com adubação em cobertura de adubos nitrogenado e potássico, de acordo com tabela de análise de solo, complementado com adubação foliar corrigiu parcialmente a acidez e elevou os níveis de produtividade nos anos seguintes.
3o- Os defensivos monocrotofos/dimetoato usados em algodão/feijão para controle de diversas pragas na época em que foram recomendados (há 30-40 anos ) eram usados junto com um inseticida para prevenir o ataque de ácaro branco percevejo (inseticida clorado ou cloro fosforado) devido a não seletividade dos mesmos e ao fenômeno da “ressurgência” de pragas (acaro brnco ou vermelho,rajado)foi essencial para seu uso nas culturas em que eram indicadas na época.
4o. O uso de fungicidas cúpricos em cafeeiros para o controle da ferrugem propiciava o aparecimento de bicho mineiro nas suas folhas devido ao controle do fungo predador da ferrrugem e o uso de inseticidas sistêmicos na mesma cultura propiciava o aparecimento da cigarra parasita das raízes, como nova praga no cafeeiro, e que antes nunca tinha sido relacionada como praga dos cafezais.
5o. O uso dos novos inseticidas piretoides nas culturas de algodão e outras na década de 70/80 provocaram a infestação de numerosas e diferentes pragas em diversas culturas, sem que se soubesse o que tinha ocorrido. Mas depois foram co-relacionadas com a aplicação dos inseticidas defensivos piretóides ou seus afins nas culturas.
6o. A introdução e o uso do ferohormônio (nomate fw) de agregação (e dispersão) na cultura do algodão falhou em diversos locais, pelo não aparecimento da praga; lagarta rosada,nas armadilhas. A NÃO aplicação de inseticidas não seletivos na cultura (7,5+30, metamidofos, monocrotofos, dimetoato,ometoato,endrin, etc) evitou o aparecimento da praga e a nescessidade do uso do ferohormônio, notada nas armadilhas usadas parao início do controle da mesma. O uso de inseticidas seletivos demonstrava que os inimigos naturais existentes estavam em equilíbrio no algodoeiro e podiam controlar economicamente as mesmas no algodoeiro, antes da introdução do bicudo do algodoeiro (Anthonomus sp.). Após esta introdução houve necessidade do monitoramento para seu controle com uso de inseticidas seletivos.
7o. O uso de calcário sem incorporação, com ou sem adição do gesso, em solos com teor elevado de matéria orgânica foi uma técnica que mudou o conceito de calagem porque possibilitou o plantio direto sem novas arações-gradeações para “quebrar” a camada impermeável provocada pela passagem de máquinas no solo antes do plantio. Isso se deu graças ao trabalho dum pesquisador de plantio direto na palha do Instituto Agronômico do Paraná.
8o. Embora os inseticidas clorados e clorofosforados tenham sido proibidos de serem fabricados e comercializados a partir dos anos noventa no Brasil, há muito era mencionado nas revistas e publicações internacionais que eles já tinham sido proibidos no exterior. A proibição de seu uso ocorreu depois de muita luta no campo e na imprensa nacional e preocupava a comunidade agronômica (e ambientalistas que eram poucos na época) naquele período.
9o. Os efeitos adversos e ou efeitos colaterais dos defensivos não eram destacados nos rótulos dos defensivos, sejam eles inseticidas, fungicidas, raticidas, nematicidas e outros, o que podia causar danos irreversíveis ao meio ambiente e principalmente ao homem.
10o. Os vendedores de produtos agropecuários, sejam eles técnicos ou não, podem interferir e já interferiram nas mudanças das técnicas e na sua adoção na zona rural, pois muitos deles foram bem treinados ou contratados para tal fim. Incentivaram as mudanças e o desenvolvimento agropecuário aliando esforços e multiplicando a ação de mudanças do engenheiro agrônomo e do veterinário. A definição de suas atribuições é de vital importância para esta função.
11º.Notamos que os dirigentes máximos da Secretaria da Agricultura, pelo menos na época em que trabalhamos, não eram informados do que se passava no campo, ou o eram informados parcialmente pelos seus assessores. Como exemplo, cito que no ano de 1967 recebemos um telefonema pessoal do Secretário da Agricultura (na administração Abreu Sodré) Dr.Herbert Levy as 6h 25/6h 30 da manhã, perguntando se o preço baixo pago ao produtor divulgado pela rádio Bandeirantes e pelo Estadão eram reais. Com certeza tinham-no informado que os preços eram maiores, o que levou a Secretaria da Agricultura através da Ceagesp anos depois a construir um silo/ armazém no município, na gestão do dr. Antonio Rodrigues, em 1970.
12ª. O controle de pragas nas culturas do algodoeiro/tomateiro/feijoeiro, realizadas com pulverizadores manuais/costais, de inseticidas não seletivos, na época da burro mecanização não provocavam desequilíbrio biológico nas culturas como aconteceu depois com a aplicação de defensivos moto mecanizada. A pulverização imperfeita protegia os inimigos biológicos!!!
Conclusão: Qualquer técnico que vive e trabalha no ”campo”, ou seja, diretamente com o produtor sempre encontra diferenças essenciais entre o que a teoria e as normas técnicas preconizadas pelos promotores da pesquisa e da extensão rural. Principalmente aqueles que observam atentamente o que acontece com o agricultor, suas lavouras, suas dificuldades financeiras, seus financiamentos, e as vezes seus problemas pessoais.
Durante o exercício profissional na região de Taquarituba, S.P. e seus arredores observamos alguns fatos técnicos e que não foram relatados por alguns profissionais ou que não se encontrava na literatura técnica da época:
1º Fato 1: Dizia-se que a calagem excessiva e realizada numa só vez seria prejudicial ao solo.
Notamos que com a aplicação de uma dosagem elevada e altíssima de calagem em solo argiloso de alta acidez para cultivar algodão, com pequena incorporação do solo, no ano do plantio apresentou sintomas de toxidade de cálcio e magnésio e algumas vezes de alumínio e no segundo ano em diante as produções do algodoeiro, feijoeiro e milho aumentaram gradativamente até uma produção máxima para aquele tipo de solo.
2o- Na cultura de feijoeiro (cv. Carioca e seus híbridos) a calagem de altas doses efetuadas em solo argiloso de alta acidez e com alumínio (comum nos solos latossois) no primeiro plantio efetuado apresentou sintoma de toxidade e no mesmo ano agrícola houve correção com adubação em cobertura de adubos nitrogenado e potássico, de acordo com tabela de análise de solo, complementado com adubação foliar corrigiu parcialmente a acidez e elevou os níveis de produtividade nos anos seguintes.
3o- Os defensivos monocrotofos/dimetoato usados em algodão/feijão para controle de diversas pragas na época em que foram recomendados (há 30-40 anos ) eram usados junto com um inseticida para prevenir o ataque de ácaro branco percevejo (inseticida clorado ou cloro fosforado) devido a não seletividade dos mesmos e ao fenômeno da “ressurgência” de pragas (acaro brnco ou vermelho,rajado)foi essencial para seu uso nas culturas em que eram indicadas na época.
4o. O uso de fungicidas cúpricos em cafeeiros para o controle da ferrugem propiciava o aparecimento de bicho mineiro nas suas folhas devido ao controle do fungo predador da ferrrugem e o uso de inseticidas sistêmicos na mesma cultura propiciava o aparecimento da cigarra parasita das raízes, como nova praga no cafeeiro, e que antes nunca tinha sido relacionada como praga dos cafezais.
5o. O uso dos novos inseticidas piretoides nas culturas de algodão e outras na década de 70/80 provocaram a infestação de numerosas e diferentes pragas em diversas culturas, sem que se soubesse o que tinha ocorrido. Mas depois foram co-relacionadas com a aplicação dos inseticidas defensivos piretóides ou seus afins nas culturas.
6o. A introdução e o uso do ferohormônio (nomate fw) de agregação (e dispersão) na cultura do algodão falhou em diversos locais, pelo não aparecimento da praga; lagarta rosada,nas armadilhas. A NÃO aplicação de inseticidas não seletivos na cultura (7,5+30, metamidofos, monocrotofos, dimetoato,ometoato,endrin, etc) evitou o aparecimento da praga e a nescessidade do uso do ferohormônio, notada nas armadilhas usadas parao início do controle da mesma. O uso de inseticidas seletivos demonstrava que os inimigos naturais existentes estavam em equilíbrio no algodoeiro e podiam controlar economicamente as mesmas no algodoeiro, antes da introdução do bicudo do algodoeiro (Anthonomus sp.). Após esta introdução houve necessidade do monitoramento para seu controle com uso de inseticidas seletivos.
7o. O uso de calcário sem incorporação, com ou sem adição do gesso, em solos com teor elevado de matéria orgânica foi uma técnica que mudou o conceito de calagem porque possibilitou o plantio direto sem novas arações-gradeações para “quebrar” a camada impermeável provocada pela passagem de máquinas no solo antes do plantio. Isso se deu graças ao trabalho dum pesquisador de plantio direto na palha do Instituto Agronômico do Paraná.
8o. Embora os inseticidas clorados e clorofosforados tenham sido proibidos de serem fabricados e comercializados a partir dos anos noventa no Brasil, há muito era mencionado nas revistas e publicações internacionais que eles já tinham sido proibidos no exterior. A proibição de seu uso ocorreu depois de muita luta no campo e na imprensa nacional e preocupava a comunidade agronômica (e ambientalistas que eram poucos na época) naquele período.
9o. Os efeitos adversos e ou efeitos colaterais dos defensivos não eram destacados nos rótulos dos defensivos, sejam eles inseticidas, fungicidas, raticidas, nematicidas e outros, o que podia causar danos irreversíveis ao meio ambiente e principalmente ao homem.
10o. Os vendedores de produtos agropecuários, sejam eles técnicos ou não, podem interferir e já interferiram nas mudanças das técnicas e na sua adoção na zona rural, pois muitos deles foram bem treinados ou contratados para tal fim. Incentivaram as mudanças e o desenvolvimento agropecuário aliando esforços e multiplicando a ação de mudanças do engenheiro agrônomo e do veterinário. A definição de suas atribuições é de vital importância para esta função.
11º.Notamos que os dirigentes máximos da Secretaria da Agricultura, pelo menos na época em que trabalhamos, não eram informados do que se passava no campo, ou o eram informados parcialmente pelos seus assessores. Como exemplo, cito que no ano de 1967 recebemos um telefonema pessoal do Secretário da Agricultura (na administração Abreu Sodré) Dr.Herbert Levy as 6h 25/6h 30 da manhã, perguntando se o preço baixo pago ao produtor divulgado pela rádio Bandeirantes e pelo Estadão eram reais. Com certeza tinham-no informado que os preços eram maiores, o que levou a Secretaria da Agricultura através da Ceagesp anos depois a construir um silo/ armazém no município, na gestão do dr. Antonio Rodrigues, em 1970.
12ª. O controle de pragas nas culturas do algodoeiro/tomateiro/feijoeiro, realizadas com pulverizadores manuais/costais, de inseticidas não seletivos, na época da burro mecanização não provocavam desequilíbrio biológico nas culturas como aconteceu depois com a aplicação de defensivos moto mecanizada. A pulverização imperfeita protegia os inimigos biológicos!!!
Conclusão: Qualquer técnico que vive e trabalha no ”campo”, ou seja, diretamente com o produtor sempre encontra diferenças essenciais entre o que a teoria e as normas técnicas preconizadas pelos promotores da pesquisa e da extensão rural. Principalmente aqueles que observam atentamente o que acontece com o agricultor, suas lavouras, suas dificuldades financeiras, seus financiamentos, e as vezes seus problemas pessoais.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Lavoura de feijão - década de 1970
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